Inadimplência na região do ABC Paulista cresce acima da média nacional

Número de inadimplentes residentes na região cresceu 11,85% em março de 2023; tempo médio de atraso dos devedores negativados é igual a 25,4 meses

Repórter  ABC | Luís Carlos Nunes – A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Caetano do Sul divulgou um novo estudo sobre inadimplência na região, em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. O levantamento, que utiliza dados referentes a março de 2023, revela que o tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região é de 25,4 meses, sendo que 32,82% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.

Os dados mostram ainda que o número de inadimplentes residentes no ABC  Paulista cresceu 11,85% em março de 2023, em comparação com março de 2022, um número superior à média da região Sudeste (7,04%) e à média nacional (8,32%). De fevereiro para março, o número de devedores na região cresceu 0,91%, enquanto na região Sudeste a variação foi de 1,10%.

Cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.194,11 na soma de todas as dívidas em março de 2023. Os dados também mostram que 25,05% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500 e que 37,38% tinham dívidas de até R$ 1.000. Além disso, os dados apontam que a faixa etária com maior número de devedores foi a de 30 a 39 anos, representando 25,95% do total, enquanto a participação dos devedores por sexo foi equilibrada, com 50,51% de mulheres e 49,49% de homens.

De acordo com a CDL São Caetano do Sul, o monitoramento contínuo da inadimplência é importante para identificar soluções antes que o problema se torne irreversível. O presidente da entidade, Alexandre Damásio, destaca que a manutenção das dívidas por um longo período demonstra a dificuldade econômica da população e a ausência de um pacto regional para promover a educação financeira. Para ele, é necessário aproveitar a oportunidade para ensinar a administrar o dinheiro de forma consciente.

Por sua vez, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo da Silva, acredita que a discussão sobre a inadimplência é crucial para sensibilizar os agentes públicos. Segundo ele, é preciso pautar e levar ao conhecimento dos atores regionais, estaduais e federais a questão para implementar mecanismos que auxiliem os moradores a quitar suas dívidas e retomar o consumo.

Com base nos dados divulgados, os bancos foram os setores mais impactados pela inadimplência, respondendo por 76,32% do total de dívidas em atraso em março de 2023. Além disso, o número de dívidas em atraso na região cresceu 24,29% em relação ao mesmo período do ano anterior, acima da média nacional (19,18%) e da média da região Sudeste (18,31%). Já o tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região foi de 25,4 meses, sendo que 32,82% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.

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