Exportações da China crescem 12,4% em março mesmo com tarifaço de Trump

As exportações da China cresceram 12,4% em março de 2025 em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados pela autoridade aduaneira chinesa no domingo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – As exportações da China cresceram 12,4% em março, na comparação com o mesmo mês de 2024, impulsionadas por uma corrida das empresas para embarcar mercadorias antes do endurecimento tarifário dos Estados Unidos. Os dados, divulgados neste domingo (13.abr), superaram com folga a expectativa de analistas, que projetavam avanço de 4,4%, e marcam o maior salto desde outubro do ano passado.

O aumento inesperado no volume exportado ocorre em um cenário de guerra comercial reacesa. Desde janeiro, quando Donald Trump voltou à presidência dos EUA, Washington vem escalando a retaliação econômica contra Pequim com tarifas que já somam 145% sobre produtos chineses. A resposta da China não tardou: além de novas tarifas de até 15% sobre produtos específicos dos EUA, uma retaliação ampla de 125% foi anunciada em 11 de abril.

Apesar da força nas vendas externas, o restante do quadro econômico chinês inspira preocupação. As importações recuaram 4,3% em março, sinalizando a persistente fraqueza da demanda doméstica. O consumo interno segue desaquecido, com preços ao consumidor caindo pelo segundo mês consecutivo e os preços ao produtor em trajetória de deflação há quase dois anos e meio.

Na tentativa de aliviar tensões setoriais, a administração Trump concedeu isenções temporárias para alguns itens de alta tecnologia, como smartphones, semicondutores e computadores. Ainda assim, Pequim classificou a medida como insuficiente e voltou a pressionar por uma revisão completa do regime tarifário. “Um pequeno passo para corrigir práticas unilaterais equivocadas”, criticou o Ministério do Comércio da China.

A turbulência no comércio exterior coloca em xeque a meta oficial de crescimento de “cerca de 5%” fixada por Pequim para 2025. Com o conflito comercial em expansão e o consumo doméstico estagnado, instituições financeiras começam a revisar para baixo suas projeções. O Goldman Sachs, por exemplo, reduziu sua previsão para 4%, cortando meio ponto percentual em relação à estimativa anterior.

Com a segunda maior economia do planeta à beira de um novo ciclo de desaceleração, o cenário global volta a ser marcado pela instabilidade — e as exportações recordes, desta vez, não são sinal de bonança, mas de urgência.

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