É a maior apreensão de cocaína já realizada na Amazônia Azul
Repórter ABC com informações Agência Marinha de Notícias – Uma ação interagências entre a Marinha do Brasil (MB) e a Polícia Federal (PF) resultou na apreensão de 3,6 toneladas de cocaína na manhã desta terça-feira (19), na costa do estado de Pernambuco. Essa foi a maior apreensão de cocaína realizada no mar brasileiro. A ação faz parte da Operação “Ágata Nordeste”, que representa um esforço conjunto das forças de segurança e fiscalização para combater os crimes transfronteiriços e ambientais.
Durante a ação, um Navio-Patrulha de 500 toneladas, da MB, que transportava os Agentes da PF, abordou a embarcação “PALMARES 1”. No momento da abordagem, havia cinco tripulantes na embarcação, que tinha como destino a África. A apreensão ocorreu a 18 milhas náuticas de Recife (PE), o que equivale a, aproximadamente, 33 quilômetros. Após apreendida, a “PALMARES 1” foi rebocada pelo Navio-Patrulha para o Porto do Recife.
As 3,6 toneladas de cocaína tinham a África como destino
Operações Interagências
O ambiente operacional marítimo e fluvial brasileiro é amplo, com 5,7 milhões de km² de área marítima, denominada Amazônia Azul, e 64 mil km de malha hidroviária planejada. Essa imensa área é porta de entrada e de saída para o comércio nacional e internacional, movimentando, de forma significativa, a economia brasileira. Contudo, ela é também ambiente de diversas ameaças como a pesca ilegal, contrabando e o tráfico de entorpecentes.
Para proteger e monitorar as Águas Jurisdicionais Brasileiras, a MB desenvolveu o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). A ferramenta integra diversos equipamentos e sistemas e está conectada às redes de órgãos como PF, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Receita Federal e Petrobras, e de empresas capazes de fomentar e compartilhar informações relevantes. As informações obtidas por meio do SisGAAz contribuem para a realização de operações decorrentes de Inteligência Marítima.
Os números mostram que as ações conjuntas têm alcançado resultados relevantes no combate a ilícitos. De 2020 até o momento, elas resultaram na apreensão de mais de 17 toneladas de cocaína, 4,3 toneladas de haxixe, 695 toneladas de cigarro, 113,34 toneladas de pescado, 15,7 toneladas de maconha e 3.146 m³ de madeira. Nesse contexto, a Marinha tem cooperado com órgãos federais para a repressão aos delitos, quanto ao uso do mar, águas interiores e áreas portuárias, podendo ser na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações, como também na área de instrução. A Operação “Ágata Nordeste” é apenas uma das diversas operações interagências que ocorrem durante o ano.
Ações conjuntas possibilitam que os órgãos envolvidos consigam potencializar suas capacidades e mitigar possíveis limitações. Elas podem ser nacionais ou internacionais, e envolvem órgãos governamentais e não governamentais. Além da PF, a Marinha tem atuado conjuntamente com órgãos como a Receita Federal, o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Navio-Patrulha de 500 toneladas
A Marinha possui três Navios-Patrulha de 500 toneladas, pertencentes à Classe “Macaé”. Eles têm a missão de contribuir para a segurança do tráfego marítimo e para a defesa dos interesses estratégicos brasileiros na Amazônia Azul, por meio de atividades de patrulhamento, de inspeção naval e de salvaguarda da vida humana no mar.
O Navio-Patrulha de 500 toneladas, por possuir maior autonomia para longas distâncias, maior raio de ação, além de arquitetura naval desenvolvida para enfrentar as condições adversas em alto-mar, é uma embarcação adequada para a realização de missões como a Operação “Ágata”, em que se torne necessário alcançar a Fronteira Molhada do Brasil na Amazônia Azul.
PAC
O novo Programa de Aceleração do crescimento (PAC), anunciado pelo Governo Federal, contempla investimentos para novos Navios-Patrulha. Com isso, a Marinha espera incorporar o Navio-Patrulha “Mangaratiba”, em construção no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, com previsão de entrega para 2025, além de dois Navios-Patrulha de 500 toneladas também abarcados pelo novo PAC. Entretanto, o Programa não prevê investimentos para o SisGAAz.