O Partido Liberal será a maior força no legislativo local, ocupando 06 das 17 cadeiras consolidando uma expressiva representação de 35%
Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – À medida que as eleições se aproximam, o cenário político de Ribeirão Pires se agita. Os bastidores estão movimentados, com os atores políticos buscando solidificar suas posições antes da janela eleitoral que se abrirá em abril de 2024. A Câmara Municipal emerge como o epicentro dessas atividades políticas, com três vereadores notáveis – Lau Almeida (PSDB), Leandro Tetinha (PTB) e Valdir Nunes (Podemos) – aceitando o convite feito pelo influente líder local do Partido Liberal (PL), Nonô Nardeli.
Da esquerda para a direita: Lau Almeida, Valdir Nunes, Nonô Nardeli e Leandro Tetinha
Esses vereadores estão garantindo seus futuros políticos por meio de um acordo estratégico que os alinha com o Partido Liberal. O peso dessa mudança é enfatizado pelos números que respaldam esses legisladores. Nas eleições de 2020, Leandro Tetinha obteve 1.506 votos (2,48%), Lau Almeida conquistou 1.217 votos (2,00%) e Valdir Nunes angariou 1.057 votos (1,74%). Com a confirmação dessas três adesões, o Partido Liberal se estabelece como a maior força no legislativo local, ocupando 06 das 17 cadeiras disponíveis e consolidando uma expressiva representação de 35%. Atualmente, a bancada do PL é composta pelos vereadores, Sargento Alan, Paulo César (PC) e Léo Biazi.
Rato Teixeira: afirma estar focado no mandato de vereador
Entretanto, a dinâmica política não se limita a um único partido. Nos círculos políticos da cidade, há rumores intrigantes. Desde 14 de agosto, o ex-prefeito Kiko Teixeira assumiu a liderança da Comissão Provisória do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Ribeirão Pires. Sugestões cada vez mais contundentes indicam que Rato Teixeira, o vereador mais votado nas eleições de 2020, com 1.586 votos, está sendo sondado para integrar o MDB.
No entanto, em resposta a essas especulações, Rato Teixeira, quando abordado pelo Repórter ABC durante a Sessão Legislativa desta quinta-feira (17), manteve uma postura tranquila e respostas objetivas. Ele deixou claro que, até o momento, não recebeu convite algum do MDB. De maneira enfática, reafirmou seu compromisso em focar no cumprimento do mandato para o qual foi eleito. Quanto à possibilidade de mudar de partido, Rato Teixeira indicou que essa decisão pode ou não se concretizar até a janela eleitoral, um marco que tradicionalmente se repete em abril a cada ano eleitoral.
Em meio a esse panorama, surge outra informação relevante vinda dos bastidores. A vereadora Amanda Nabeshima (PTB), uma defensora dos direitos dos animais, também está sendo sondada pelo PL Municipal. Nas eleições municipais de 2020, Amanda Nabeshima conquistou 1.135 votos (1,87%). Essa peça adicional no tabuleiro político apenas contribui para os ajustes em constante evolução na cidade de Ribeirão Pires.
Eleições 2024: Redução no Número de Candidatos a Vereador Apresenta Desafios para Partidos e Candidatos
Uma mudança aparentemente sutil, mas de grande impacto nos bastidores, está prestes a redefinir o cenário das eleições municipais em 2024. A medida, que já esteve em vigor nas eleições gerais de 2022, chegará agora às disputas locais, gerando um novo conjunto de desafios para partidos e candidatos. Diferentemente de pleitos anteriores, nos quais os partidos podiam apresentar uma lista de candidatos correspondente ao total de vagas na Câmara de Vereadores, mais metade (150%), a regra foi reajustada. Cada partido ou federação terá como limite o número total de cadeiras, mais um (100% mais um).
Tomando como exemplo Ribeirão Pires, onde a Câmara é composta por 17 vereadores, cada partido agora pode inscrever, no máximo, 18 candidatos, uma redução significativa comparada aos 27 que eram permitidos até 2020.
Essa alteração, proveniente da lei 14.211/21, pretende impulsionar uma seleção mais criteriosa dos candidatos. Porém, traz consigo algumas consequências imprevistas, como a possibilidade de políticos de partidos maiores, excluídos pela nova régua de corte, migrarem para siglas menores. Além disso, há o temor de que a redução possa desestimular o surgimento de novas lideranças políticas.
“Essa mudança não é positiva em minha opinião. Para atrair jovens, mulheres e novos líderes, a manutenção do critério de 150% seria mais vantajosa. Quanto mais pessoas forem protagonistas, como candidatos, melhor”, argumentou um dirigente partidário entrevistado pelo Repórter ABC.
Essa nova regra também se aplica a federações formadas para as eleições de 2020, que, por quatro anos, atuarão como um único partido, conforme estabelece a lei. Isso significa que a lista final de candidatos a vereador será uma lista unificada, contendo nomes de todas as siglas que compõem uma federação.
Com essa mudança, surge um novo desafio para os partidos: realizar um levantamento das capacidades eleitorais de seus membros.
Impactos nas Eleições Majoritárias
Outro aspecto crucial é o papel dos candidatos às vagas proporcionais no apoio às campanhas majoritárias. Com listas menores de candidatos, a alteração também terá impacto nas campanhas para prefeito e vice-prefeito. A eleição proporcional depende dos votos na legenda. Mesmo os candidatos com poucos votos contribuem para a tomada de decisão do partido nas eleições.
Com a redução, há uma concentração maior de opções disponíveis. Os efeitos são altamente dinâmicos e, embora não possamos prever todos eles, a tendência é que a oferta seja reduzida, concentrando esforços nas candidaturas mais expressivas.
Essa concentração também pode fomentar migrações durante a janela partidária. Com o foco nas principais candidaturas, não será surpresa ver políticos mudando de partido para concorrer como vereadores e, mais ainda, reforçar as campanhas dos candidatos a prefeito por meio de coligações. Para alguns, no entanto, essa mudança está interligada à ideia de diminuir o número de partidos, um processo que teve início com o fim das coligações proporcionais, já aplicado nas últimas eleições municipais.