O processo envolve sete ministros votantes, até o momento, além do relator, o ministro André Ramos Tavares já se pronunciou a favor da cassação de Marcelo Lima. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Raul Araújo e Benedito Gonçalves ainda não apresentaram seus votos
Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Em um desdobramento crucial do julgamento que envolve o deputado federal Marcelo Lima, do PSB, com domicílio eleitoral em São Bernardo, ganha destaque o pedido de vistas feito pelo ministro Kassio Nunes Marques, que interrompeu temporariamente o processo. Essa pausa estratégica marca um ponto crucial na análise do caso, pois ocorre após dois ministros terem se manifestado a favor da cassação do mandato do parlamentar.
O ministro Floriano de Azevedo Marques é o mais recente a proferir seu voto favorável à cassação de Marcelo Lima, alinhando-se à tese apresentada pelo relator do caso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Floriano de Azevedo Marques destacou que Marcelo infringiu as diretrizes da Lei da Fidelidade Partidária ao deixar o Solidariedade, partido pelo qual foi eleito, fortalecendo assim a posição dos que buscam a destituição do deputado.
No entanto, a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, ao pedir vistas no processo, cria um suspense no desfecho deste caso político de relevância. O pedido de vistas é um mecanismo intrínseco ao sistema judiciário brasileiro, que permite ao ministro analisar com profundidade os argumentos apresentados antes de tomar sua decisão.
Enquanto aguardamos a manifestação do ministro Kassio Nunes Marques, é importante lembrar que o deputado Marcelo Lima alega que deixou o Solidariedade devido à não conformidade do partido com a cláusula de barreira, o que, segundo ele, justificaria sua saída sem a perda do mandato. Além disso, ele argumenta que recebeu autorização para deixar a legenda por meio de uma carta assinada pela direção municipal do partido.
O ministro Azevedo Marques tem uma perspectiva diferente, afirmando que a fusão entre o Solidariedade e o Pros, aprovada pelo TSE em fevereiro, mina a tese da cláusula de barreira de Marcelo. Além disso, citando o estatuto do Solidariedade, o ministro descartou a segunda argumentação, afirmando que o documento que estabelece as regras da legenda é claro ao atribuir à cúpula nacional, e não à direção municipal, o poder de autorizar a saída de filiados.
O processo envolve sete ministros votantes, e até o momento, o ministro André Ramos Tavares já se pronunciou a favor da cassação de Marcelo Lima. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Raul Araújo e Benedito Gonçalves ainda não apresentaram seus votos.
A solicitação de cassação de Marcelo Lima foi feita pela direção nacional do Solidariedade, e a decisão do TSE sobre a Lei da Fidelidade Partidária pode ter um impacto significativo na composição da Câmara dos Deputados. Se o tribunal entender que Marcelo infringiu a lei, o ex-deputado federal Paulinho da Força, atual vice-presidente nacional do Solidariedade, poderá herdar a cadeira.
Com o desfecho do julgamento agora pendente do voto do ministro Kassio Nunes Marques, não há uma data definida para a retomada deste caso que continua a atrair a atenção da opinião pública e dos meios políticos. Marcelo Lima, que já exerceu cargos de vereador e vice-prefeito em São Bernardo, conquistou sua primeira eleição como deputado federal em 2022, angariando 110.430 votos e recebendo recursos do Solidariedade durante sua campanha.