Discurso do diretor-geral da OMS destacou a importância da preparação para emergências sanitárias
No sábado (20), durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o lançamento da Rede Internacional de Vigilância de Patógeno, uma iniciativa global com o objetivo de aprimorar os sistemas de coleta de amostras para prevenir doenças. A rede visa utilizar dados que possam contribuir para a formulação de políticas públicas, facilitar a tomada de decisões pelos gestores de saúde e promover um compartilhamento mais amplo de informações dentro da comunidade científica.
Em seu discurso no evento, na segunda-feira (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou a importância da preparação dos países para enfrentar novas emergências de saúde. Ele alertou sobre a persistente ameaça de surgimento de variantes que causam surtos de doenças e mortes, assim como a possibilidade de um novo patógeno emergente ainda mais letal. Adhanom também destacou que as pandemias não são a única ameaça enfrentada, enfatizando a necessidade de uma arquitetura eficaz para a preparação e resposta a emergências de saúde de todos os tipos, em um mundo marcado por múltiplas e interconectadas crises.
A nova rede utilizará informações genômicas de agentes causadores de doenças como base de dados, analisando o código genético de vírus, bactérias e outros microrganismos. O objetivo é obter um melhor entendimento das características das infecções, incluindo sintomas, formas de transmissão e riscos para a saúde.
De acordo com a OMS, cientistas e especialistas em saúde pública poderão identificar e rastrear doenças com base nessas informações. A partir disso, a ideia é prevenir e responder a surtos como parte de um sistema mais amplo de vigilância, além de desenvolver tratamentos e vacinas.
Com a operacionalização da rede, os países poderão detectar e responder a ameaças de doenças antes que elas se transformem em epidemias ou pandemias, segundo destaca a OMS.
“O objetivo dessa nova rede é ambicioso, mas também pode desempenhar um papel vital na segurança da saúde: dar a todos os países acesso ao sequenciamento e análise genômica de patógenos como parte de seu sistema de saúde pública”, afirmou o diretor-geral da OMS.