Um novo estudo do Banco Mundial calcula que o Produto Interno Bruto, PIB, da América Latina e do Caribe crescerá 1,4% este ano, uma taxa abaixo do esperado e a mais baixa globalmente.
Para 2024 e 2025, a previsão de crescimento é de 2,4%, ainda assim muito baixa para alcançar progressos significativos na redução da pobreza.
Brasil
Já para a economia do Brasil, a expectativa de crescimento é de 0,8% em 2023 e 2% em 2024 e 2025.
Segundo o relatório, a América Latina e o Caribe se recuperaram em grande parte da crise da pandemia e vêm se mostrando relativamente resilientes. Tanto a pobreza quanto o emprego voltaram aos níveis pré-pandêmicos. Já a inflação média, à exceção da Argentina, deve cair para 5% em 2023, depois de chegar a 7,9% em 2022.
No entanto, a região voltou aos baixos níveis de crescimento da década anterior. Obstáculos como o preço mais baixo das commodities, as taxas de juros mais altas nos países desenvolvidos e a recuperação instável da China podem piorar as perspectivas econômicas da América Latina e do Caribe.
Estabilidade e esforço
O documento, chamado “O Potencial da Integração, Oportunidades Numa Economia Global em Transformação”, defende que, para impulsionar o crescimento, os países da região precisam manter a estabilidade macroeconômica, conquistada à base de muito esforço nas últimas duas décadas.
Um desafio é que, em média, o desequilíbrio fiscal permanece elevado, projetado para 2,7% do PIB em 2023. Além disso, estima-se que os níveis de dívida atinjam 64,7% do PIB este ano, um pouco abaixo de 66,3% em 2022.
As recentes falências de bancos nos Estados Unidos e na Europa trazem ainda mais incertezas. Segundo o estudo, ainda se verão as consequências no sistema bancário e no fluxo de capital da América Latina e do Caribe.
O relatório também recomenda aproveitar as oportunidades únicas trazidas pela indústria verde e pelo nearshoring, ou seja, a aproximação entre cadeia produtiva e mercados domésticos.
Riscos sistêmicos
A região da América Latina e do Caribe continua sendo uma das menos integradas, enquanto a abertura comercial e os fluxos de investimento estrangeiro direto têm estado estagnados ou reduzidos nos últimos 20 anos.
O documento sugere uma série de políticas públicas para fazer essa integração avançar. Isso inclui políticas de longo prazo, como redução de riscos sistêmicos, aumento de investimentos em infraestrutura tradicional e digital e melhoria do capital humano.
Há também recomendações de curto prazo, como promover avanços regulatórios alfandegários e de transporte, e modernizar as agências de exportação e promoção de investimentos.