Desde que a prefeitura de Rio Grande da Serra deu início a flexibilização da quarentena na cidade em 15 de junho, os casos tem aumentado significativamente.
Segundo os dados oficiais do governo do Estado, no curto período Rio Grande da Serra entre o dia 15 de junho e 7 de julho (22 dias) contabilizou 145 novos casos da doença. A primeira confirmação da doença na cidade foi confirmada em 7 de abril de 2020.
Conforme se verifica no infográfico abaixo, em 15 de junho Rio Grande da Serra tinha 125 casos confirmados da doença e em 7 de julho (ontem) registrou 270 casos confirmados para coronavírus (COVID-19).
Rio Grande da Serra inicia Fase Amarela de flexibilização da quarentena
Na última segunda-feira (6/7), seguindo as orientações do governo do Estado e abrindo mão da autonomia do município foi autorizada a abertura de novos estabelecimentos comerciais.
Desde então, passaram a valer novos horários de funcionamento na fase anterior e outras atividades iniciam a retomada gradativa. A medida é embasada pelo Decreto Municipal nº 2.713, de 3 de julho de 2020, como segue abaixo:
- Comércio de Rua e Estabelecimento Congêneres – Das 9h às 15h.
- Setor de Vestuário e Calçados – Das 12h às 18h.
- Escritórios em Geral – Das 09h às 15h.
Bares, restaurantes e sorveterias.
Funcionamento das 11 às 17h, com limite de 40% da capacidade – máximo de seis assentos por mesa.
No período da noite, o estabelecimento pode prosseguir aberto, mas sem clientes, apenas para entregas.
Centros de estética, salões de cabeleireiro, barbearias e afins
Funcionamento das 14h às 20h, com limite de 40% da capacidade.
Flexibilização da quarentena no epicentro da pandemia de Covid-19 é “uma receita para se espalhar mais doença”, diz diretor da OMS
Recentemente, o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, que integra a OMS, disse à BBC News Brasil que junho e julho não são bons momentos para reabrir a economia em tempos de pandemia de coronavírus.
Espinal também falou que adotar a flexibilização da quarentena no epicentro da pandemia de Covid-19 é “uma receita para se espalhar mais doença”.
“Dissemos aos países, não só ao Brasil, que junho e julho não são uma boa hora para se reabrir. Não é uma boa ideia reabrir a economia quando se está no epicentro de uma pandemia. Mas todos os países são soberanos e cada um decide o que fazer. É uma receita para se espalhar mais doença. Nós vimos isso nos Estados Unidos. Estados que reabriram no começo estão chegando ao pico. Então, esperamos cada vez mais casos”.
Na quinta-feira (2), ruas do Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, ficaram lotadas após autorização para o funcionamento de bares.
A OMS pode estar coberta de razão, principalmente que focarmos o atual quadro de Rio Grande da Serra onde os seus números atuais referente ao coronavírus deixam transparecer de que não há o clima mais adequado para a liberação ainda que moderado do comércio local. Tudo pode ser um grande risco para a população que pode ser vitimada pela doença que ainda não tem antidoto, vacina ou medicação capaz de frear a sua escalada.
Apesar do alerta que vem sendo feito, o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, proferiu sábias palavras: “cada país decide o que fazer”.